sorrir de novo para mim

Vou,
parar por aqui e vagarosamente
descansar um pouco, fechar os olhos
aproveitar até, e sem ver os escolhos
gole a gole e demoradamente
sorver o tempo que meus filhos tomou

Vou,
Sorrir de novo e mansamente
ficar quieta encher o copo e ganhar alento
aprisionar o génio e com algum talento
trago a trago e sorrateiramente
resgatar meus filhos que me levou

Vou,
Ficar sentada e sossegadamente
Ajeitar o corpo, agitar o copo, tomar o cosmos
Aceitar a trégua e travar a luta contra cronos
Receber meus filhos que me tirou

Vou
tomar meu tempo de novo por inteiro
traçar destino formar conselho, instruir a norma
acolher meus filhos um a um, abraçá-los cada um em sua forma
Feita luta, dor, coragem, esperança até
Força, glória, pátria, berço, amor e fé
Junto ao peito prendo à alma, meu fado, meu corpo,
meu temp(l)o verdadeiro.

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