Sinto o clamor da terra vermelha que me chama
Escuto o som fruto maduro, corpo candente
cavado nos sulcos da terra do meu peito
plantado firmado no catre dolente, caverna de silencio onde
moro
E aguardo o seu florir de rubra tinta, na madrugada que me
espera
vestida de véus de sóis e chão ardente, no meu salão fado
destino
Sinto já seu o timbre incandescente de futuro
onde escorre vibrante aceso no corpo cama em que me deito
caudal, torrente ardente, chama lama
lava que reveste o fundo dos degraus em que pernoito
e me veste de acácias púrpura o caminho de regresso
Sinto o clamor da terra vermelha que me chama