quero estar comigo

exausta, abandono-me na vontade de tanto te querer
banho-me no rio quente e escuro do ventre redondo da noite
e engulo o amargo do acre da saudade de te sentir.
então resisto, e mergulho nos sons do silêncio da dor que já conheço
finco os flancos, mordo os lábios secos ávidos de mim
rasgo o espaço e expulso da noite do ventre o grito rubro de ser
afinal, hoje eu sou a noite e quero estar comigo.