onde escondi os pedaços de memória?

vieste com o sol ainda quente e foste com a chuva. fizeste-me bem. gostei da presença serena. da ternura quase feminina. foste simpático e correcto, gentlemen, polie. no fundo, amigo mesmo. estavas era "roto" de cansaço de calcorrear os caminhos a vender sonhos iguais aos da menina que trazias debaixo do braço, e me mostraste embrulhada em folhas de papel feito livro para as crianças e grandes que te ouvem por todo o lado, chegando mesmo a cruzar o oceano. aquela menina que vendia sonhos e encontrou o seu príncipe. o poeta mudo.
sabes que já comecei a colar no espaço os pedaços de memória? resolvi parti-los aos bocadinhos. acho que dá para saborear melhor. pensei depois de os olhar assim mesmo de relance. parecia tudo tão longo que não dava para apreciar... já me faziam falta amigo... na realidade cheguei a amaldiçoa-los por se terem afastado de mim tanto tempo. era como se uma parte de mim se tivesse apartado.
agora prometi-me. assim mesmo. aos pouquinhos, vou desenrola-los um bocadinho de cada vez e colando até acabar. fica dentro da viagem na mesma, mas noutro cantinho da carruagem.