Parabéns meu kasula

Obrigada meu filho por te ter

Nestes 22 anos, em catadupa se atropelam risos
e doces momentos de brilhos a multiplicar-se em estrelas
a cobrir o manto de veludo de céu da minha vida
que tão bem soubeste amaciar,
tão só e apenas com o condão da tua existência.

Quero-te, como sabes ser
Quero-te, como fazes que seja
Quero-te, com o melhor que tu desejas
para ti e para o universo
Com a tua inocente madura sabedoria

Vou estar sempre contigo

Parabéns meu filho!
 
Neste dia tão especial deixo-te este presente em poema do Eugénio de Andrade

Até Amanhã
Sei agora como nasceu a alegria, 
como nasce o vento entre barcos de papel, 
como nasce a água ou o amor 
quando a juventude não é uma lágrima. 

É primeiro só um rumor de espuma 
à roda do corpo que desperta, 
sílaba espessa, beijo acumulado, 
amanhecer de pássaros no sangue. 

É subitamente um grito, 
um grito apertado nos dentes, 
galope de cavalos num horizonte 
onde o mar é diurno e sem palavras. 

Falei de tudo quanto amei. 
De coisas que te dou 
para que tu as ames comigo: 
a juventude, o vento e as areias. 

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

vem conhecer o meu jardim

Vem, Dá-me a tua mão
Não quero que anoiteças na luz do som dos meus passos sem conhecer
a cor do desejo que atrai o mistério do alvorecer

Para que não te quedes, assim ditarei
Que auroras se mostrem em orquestrada sinfonia
E alvoreça agora em rasgos de incandescente geometria 
na atmosfera de tintas ondulantes e vibrantes a embeber o ar 

E na apoteótica celebração deslumbrado irás compreender
porque te quero mostrar as cores das paredes do meu jardim 

Vem, vem agora e entra em mim

Vem conhecer o meu jardim