Pedaços de sonhos tecidos
em fileiras de cor pelos balcões
a mãe desenhava aqui as ilusões
de moda nova para fazer banga
eu acompanhava a dança mágica
e sonhava sonhos de princesa
vestidos de chita na gajageira
manto carmim
Caminho pela passadeira pintada de acácias vermelhas,
que se colam aos pés na minha passagem.
Carrego-te manto carmim e tu pesado de lutas velhas,
arrastas-te e tinges de pétalas o meu chão nesta viagem.
Já não me podes proteger, dos gritos e golpes das feras que vêm de fora
Cá dentro já ninguém mora
Estou seca pois já não consegues reter as águas das chuvas que bebi
Tenho frio e já não temperas o lume da terra que ontem acendi
Tenho fome e já não seguras o mel dos tempos que vivi
Ardo em febre e já não me refrescas com o teu sopro de vida,
Cá dentro já ninguém mora
Tão só um corpo vazio deambula já quase incapaz de respirar
claudica e se arrasta pela estrada de tinta rubra, já sem querer se desviar
Ficará apenas a longa veste de pele arrancada do corpo de vida retida,
pelas pedras e espinhos de uma vereda sem fim
E em breve secarás manto carmim
E ao colo do vento em escamas de folhas secas te desprenderás enfim
Porque agora,
Cá dentro já ninguém mora
Apenas vive o fim que vem de mim
que se colam aos pés na minha passagem.
Carrego-te manto carmim e tu pesado de lutas velhas,
arrastas-te e tinges de pétalas o meu chão nesta viagem.
Já não me podes proteger, dos gritos e golpes das feras que vêm de fora
Cá dentro já ninguém mora
Estou seca pois já não consegues reter as águas das chuvas que bebi
Tenho frio e já não temperas o lume da terra que ontem acendi
Tenho fome e já não seguras o mel dos tempos que vivi
Ardo em febre e já não me refrescas com o teu sopro de vida,
Cá dentro já ninguém mora
Tão só um corpo vazio deambula já quase incapaz de respirar
claudica e se arrasta pela estrada de tinta rubra, já sem querer se desviar
Ficará apenas a longa veste de pele arrancada do corpo de vida retida,
pelas pedras e espinhos de uma vereda sem fim
E em breve secarás manto carmim
E ao colo do vento em escamas de folhas secas te desprenderás enfim
Porque agora,
Cá dentro já ninguém mora
Apenas vive o fim que vem de mim
milonga minha dor
Os saiotes de prata esvoaçam em volteios ritmados duma qualquer milonga
que espalha o brilho da lua na pele do chão de céu do teu corpo meu amor,
e te cobre por magia poro a poro com velas reluzentes que te vestem de cor,
deusa minha, estranha intrusa, meu caminho, meu destino, minha estrada escura e longa.
E em meneios ritmados de improviso,
gingados sem aviso,
em jeito de tango ruim,
ensaias figuras e passos dolentes, malandros, e quentes,
danças nua para mim,
Sem que eu possa, faça, queira, ou tente, dar um passo,
que trave ou ameace o teu compasso,
Negra estrela, amarga, fera meiga, doce ardor,
minha amante, noite longa, lua escura, minha dor
que espalha o brilho da lua na pele do chão de céu do teu corpo meu amor,
e te cobre por magia poro a poro com velas reluzentes que te vestem de cor,
deusa minha, estranha intrusa, meu caminho, meu destino, minha estrada escura e longa.
E em meneios ritmados de improviso,
gingados sem aviso,
em jeito de tango ruim,
ensaias figuras e passos dolentes, malandros, e quentes,
danças nua para mim,
Sem que eu possa, faça, queira, ou tente, dar um passo,
que trave ou ameace o teu compasso,
Negra estrela, amarga, fera meiga, doce ardor,
minha amante, noite longa, lua escura, minha dor
Parabéns meu filho
Viste as reviengas, as bassulas
o balanço e a alegria quente
dos passos de paço e farra
que a gente pode dar na vida?
É assim, às da lança ou azagaia,
como dita o teu nome, que deves apontar o destino.
Sei que já bateu forte, mas fazes delas sorte,
e marcas as marcas fazendo delas posse
meu guerreiro maior
Parabéns neste teu dia!
o balanço e a alegria quente
dos passos de paço e farra
que a gente pode dar na vida?
É assim, às da lança ou azagaia,
como dita o teu nome, que deves apontar o destino.
Sei que já bateu forte, mas fazes delas sorte,
e marcas as marcas fazendo delas posse
meu guerreiro maior
Parabéns neste teu dia!
Vem roubar o meu fogo amor
Vem roubar o meu fogo amor
E eu esconderei de Zeus tal grave crime
Farei a nova história, onde o fado se redime
Transforma o pecado em grande feito,
Te faça herói,e isenta de tormento e dor
Da águia evitarás o seu gesto punidor
Contrariando pai Urano fugirás
Seguindo a mãe Gaia vingarás
Assim Cronos, possa resgatar o Amor
Filho dos céus e da terra qual titã
Não farás da luta força vã
Esconderás o meu feitiço Prometeu
E farei com que a nova história amor meu
Dê outra luz aos novos tempos que trarás
E eu esconderei de Zeus tal grave crime
Farei a nova história, onde o fado se redime
Transforma o pecado em grande feito,
Te faça herói,e isenta de tormento e dor
Da águia evitarás o seu gesto punidor
Contrariando pai Urano fugirás
Seguindo a mãe Gaia vingarás
Assim Cronos, possa resgatar o Amor
Filho dos céus e da terra qual titã
Não farás da luta força vã
Esconderás o meu feitiço Prometeu
E farei com que a nova história amor meu
Dê outra luz aos novos tempos que trarás
em jeito de canção no sol do violão
Vou entornar a taça,
Viver a graça, sentir a glória, e ficar de pé,
Respirar com garra, agarrar a farra, encontrar a fé.
Vou curtir a dança e viver à farta entornar até,
E despir o corpo, ajeitar o dorso e lamber o pé.
Descobrir o espaço, atirar o laço e sentir a presa, proteger a rês,
Conhecer a louca a saltar insana, de gente ciente,
Que vive eternamente entre o santo e o vilão.
E que encontra crente, agarra e se faz gente, no sol do violão,
E até acredita que ela é corrediça e não faz confusão,
Vou entornar a taça,
e em jeito de canção, abro o meu coração, no sol do violão
Viver a graça, sentir a glória, e ficar de pé,
Respirar com garra, agarrar a farra, encontrar a fé.
Vou curtir a dança e viver à farta entornar até,
E despir o corpo, ajeitar o dorso e lamber o pé.
Descobrir o espaço, atirar o laço e sentir a presa, proteger a rês,
Conhecer a louca a saltar insana, de gente ciente,
Que vive eternamente entre o santo e o vilão.
E que encontra crente, agarra e se faz gente, no sol do violão,
E até acredita que ela é corrediça e não faz confusão,
Vou entornar a taça,
e em jeito de canção, abro o meu coração, no sol do violão
Esqueço-me dos dias que conto em conto como contas de rosário
Aqueço-me no ventre da terra com que me cubro no vazio do silêncio
E quedo-me assim na lembrança do sabor do mel dum tempo que vivi
Repouso enfim o corpo dormente mergulhado no orvalho de um olhar
que teima em não se desviar e me diz para voltar
Faltam-me os espaços para os passos vacilantes no vazio do abismo
Quero voar
Aqueço-me no ventre da terra com que me cubro no vazio do silêncio
E quedo-me assim na lembrança do sabor do mel dum tempo que vivi
Repouso enfim o corpo dormente mergulhado no orvalho de um olhar
que teima em não se desviar e me diz para voltar
Faltam-me os espaços para os passos vacilantes no vazio do abismo
Quero voar
pintar um futuro
Seguro um capítulo inteiro temperado de dor
Empapado na torrente de lágrimas cansadas de resistir
Aperto com raiva o papel feito em pedaços de mim
e amasso com raiva a pasta quente de sonho desfeito
Nesta noite penosa e dolente que teima não ter fim
Decido então moldar uma tela e pintar um futuro
Junto ao corpo macio molhado de goma de sangue de acácia
um punhado de manta de terra fria de base de cor,
e um pedaço de pano de céu guardado em segredo,
que esconde pó de estrelas a esgueirar-se pelas dobras de dor
E em pinceladas de sorrisos paridos de esperança
Vibram cores que fazem pulsar vida prenhe de loucura
E o vivo brilho de cetim abraça a terra e faz-se quente
Os cristais de sal emergem em ondulações de luares
Arrastados num compasso melódico de novas cadências
Espatulados de notas cambiantes de novos mares
E faz-se dia.
Empapado na torrente de lágrimas cansadas de resistir
Aperto com raiva o papel feito em pedaços de mim
e amasso com raiva a pasta quente de sonho desfeito
Nesta noite penosa e dolente que teima não ter fim
Decido então moldar uma tela e pintar um futuro
Junto ao corpo macio molhado de goma de sangue de acácia
um punhado de manta de terra fria de base de cor,
e um pedaço de pano de céu guardado em segredo,
que esconde pó de estrelas a esgueirar-se pelas dobras de dor
E em pinceladas de sorrisos paridos de esperança
Vibram cores que fazem pulsar vida prenhe de loucura
E o vivo brilho de cetim abraça a terra e faz-se quente
Os cristais de sal emergem em ondulações de luares
Arrastados num compasso melódico de novas cadências
Espatulados de notas cambiantes de novos mares
E faz-se dia.
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