Neste dia com Namibiano Ferreira

EMPTINESS

Forjar na polpa das palavras
a sintonia suculenta do morfema
e sair nu cantando lavras
semeadas na cor do poema
ondulando liberdades e savanas
com olhos molhados de punhais
e vozes quentes de calema.


Vivemos um momento
vazio e frio de sentidos
há, como dizem os ingleses,
uma cruel emptiness, um vácuo
castrado de utopias e sonhos
suspensos, ideais na diáspora...


À varanda pálida dos lábios
sequiosos da alma, rosa aflita,
esta infame e crua certeza:

A POESIA
NÃO SERVE
PARA NADA!

Os poemas, como as cartas de amor
do Campos, o tal louco de muitas pessoas,
(ou o tal Pessoa de muitos loucos)
são papéis riscados com letras...


Namibiano Ferreira

e porque é domingo