as franjas de purpurina da orla da minha saia

as franjas de purpurina da orla da minha saia
deixam riscos de sol no soalho
e deixam confusos os deuses que ditam as horas felizes
que não batem certo com as horas corridas a eito
que bailam nos brilhos de purpurina da orla da minha saia

não façam fé não tomem a peito
que de qualquer jeito
os rasgos dourados em rios de fés
saídos das sombras de quaisquer convés
que espreitam sorrisos, requebros de corpo e sopros trinados,
abrirão caminho por entre os escolhos
e do passo marcado, ao ébrio volteio, voltas, enlaces treinados,
encherão os espaços vazios trajando as vestes de outras marés

nas franjas de purpurina da orla da minha saia
os riscos de sol do soalho brindarão aos deuses as horas felizes