Emoções fortes

Ok
pronto. de novo a serenidade e atitude cordata a avaliar e a conciliar o momento quente que fez abrandar as nossas vozes que só conseguiam tocar o concerto da revolta, para dizer aquele, sinto-me bem comigo, tudo aquilo não foi mais do que uma forma de reduzir o número de entradas e apaziguou assim as nossa grande maka do dia.
Filho continua a tua luta.
Abria-se assim espaço para comemorar o grande acontecimento que só me foi dado a conhecer já pela tarde.

O meu filho não passou no exame da Ordem e tinha (tem) Um Sonho…

O meu filho não passou no exame da Ordem
e tinha Um Sonho…
Quando lhe disseram que “não era uma saída… já havia muitos…”
Ele foi firme e acreditou no seu sonho.
Fez um part–time num Call-Center para pagar ao estado o facto de investir na sua formação e cidadania
Porque tinha um sonho
Usou transportes públicos para se deslocar durante a sua formação e pagou do seu bolso
Porque tinha um sonho
Fez enfim brilhar os meus olhos e rebentar o meu peito de emoção
Porque enfim se cumpriu um sonho…
Hoje…
Desfizeram-me o sonho
O meu filho não passou no exame da Ordem
Senhor Marinho Pinto, quando diz:
“Entendemos que essas pessoas formadas com três e quatro anos pelo processo de Bolonha não têm os conhecimentos de Direito necessários para exercer a profissão”
Não está de certeza a falar do meu filho, que se formou na respeitável e exigente Instituição que é A Universidade Clássica, a pública que forma os melhores, meu senhor.
Li sobre a questão que evoca a “restrição do livre acesso à profissão” que o exame implica viola o artigo 47 da Constituição relativo à Liberdade de Escolha de Profissão, entendimento a que o Tribunal Administrativo de Lisboa já deu razão.
E o Senhor Marinho Pinto recorreu em defesa da qualidade do exercício da profissão no mercado de trabalho.
Mas o meu filho tem um sonho, e eu
E eu acreditei …
“…numa promessa de que todos os homens veriam garantidos os direitos inalienáveis à vida, à liberdade e à procura da felicidade.
É óbvio que …ainda hoje não pagou tal promissória no que concerne aos seus cidadãos.
Em vez de honrar este compromisso sagrado, …deram-nos …um cheque sem cobertura; um cheque que foi devolvido com a seguinte inscrição: "saldo insuficiente".
Porém nós recusamo-nos a aceitar a ideia de que o banco da justiça esteja falido.
Recusamo-nos a acreditar que não exista dinheiro suficiente nos grandes cofres de oportunidades deste país.
Seria fatal para a nação não levar a sério a urgência do momento e subestimar a determinação dos nossos filhos.
Este sufocante verão do legítimo descontentamento … não passará até que chegue o revigorante Outono da liberdade e igualdade.
Hoje para mim, direi:
…não é um fim, mas um começo. Aqueles que crêem que se precisava só de desabafar, e que a partir de agora ficará sossegado, irão acordar sobressaltados se o País regressar à sua vida de sempre. Não haverá tranquilidade nem descanso na América até que o Negro tenha garantido todos os seus direitos de cidadania
Eu tenho um sonho de que, um dia …os meus filhos e os filhos de antigos senhores … poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo aqui … um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que meus três filhos… um dia, viverão numa nação onde …serão julgados apenas pelo conteúdo de seu carácter… a sua competência o seu direito à escolha de uma profissão digna." Livres, enfim. Livres, enfim, somos livres, enfim.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença:
"Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais".
(Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington)