Ontem recebi este presente que me encheu a alma com superagudas únicas
linguagem de força e doçura, tal como no amor
o bom sabor do improviso executado com mestria no uso de todos os instrumentos
Arturo tomou conta de uma sala grande e de todos os corações
e levou-nos para o palco com ele


Ontem no CCB







Não travarei as margens e propor-lhe tréguas
Apenas esperarei sem luta que se deixem vencer

Vou travar a asfixia, a morte lenta e impotente,
Que assiste sem saída à voz implacável e forte
Queda e incapaz, com olhos vestidos de medo
Ante o brilho trocista de águas fartas e sussurrantes

Não, não travarei as margens
Numa luta inútil duma guerra que não pedi
Vestir a mortalha enleada no lodo de águas turvas 
E mergulhar no fundo escuro sem fundo duma brancura sem fim

Quero sossegar na mansidão das águas brandas
Procurar o lago manso de águas claras
E deixar-me embalar até adormecer
nos finos fios da luz do som ondeante do seu m(c)anto

Não, não travarei as margens, o encanto,
Apenas esperarei (s)em luta que se deixem convencer








dizes e eu entendo

  
dizes...


RENDIÇÃO


O teu sorriso

ilumina tanto como o sol
que cai sobre o mar
e torna os fins-de-dia, de lá,
de uma invulgar e constante beleza.

O brilho dos teus olhos

rasga de luz a selva densa, misteriosa
e de encantos que os teus cabelos representam.

A tua pele

tem o tom de uma das fortes cores
com que a Natureza pinta o teu sítio.
Ela sabe o que faz; 
e eu, rendo-me em ti, à sua sabedoria.


FC




eu entendo.


Deixo-me prender ao encanto que cantam os teus olhos
que veem para além do percetível aos comuns

Deixo-me contagiar e juro contigo atravessar barreiras
Então me ilumino e navego outros caminhos
que juntos traçamos em novas descobertas  

Segura, tomo o leme e agarro a chama da força da terra
que que trago comigo colada à pele
bebo a cor da seiva ardente, licor  de vida, feitiço e alimento
E queimo o horizonte com a luz dos meus olhos

Enfim, com sorriso mais rasgado  desbravo a selva densa
dos trilhos que me esperam


EC