exercício de (dor) amor


Doi-me a sorte de te ser
sem o dote de te ter

Doi-me a tua vã presença
de tu estares e não te vêr
Doi-me a tua sã pertença
de te ser e não te ter

Ó chão meu, terra sangue,
quente amargo e bem querer
Dá-me o abraço o colo abrigo

fecha a porta e despe o luto
que entre o querer ir e o querer ficar
mora o espaço desta dor,


Ó luz minha, casa escura
quero vêr quero viver
quero estar quero-te ter

quero o espaço deste amor

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