no inferno e o que os olhos vêem

Depois do filho ter chegado a casa indignado com a discussão que assistiu em torno do inferno não pude deixar de ficar de algum modo apreensiva com as imagens que o jornalista hoje nos apresentava.
Tenho receio de haver a possibilidade de vermos e não ouvirmos o comentário àquele cenário quase irreal.
Oh mãe, chegam a ser insensíveis e dizem até que não merecem a nossa solidariedade,
lutam umas com as outras... tornam-se frias... é o argumento
Lembrei-o do único exemplo que me ocorria para aquele quadro que pudesse demover os outros daquela confusão de sentimentos e fi-lo pensar no que o saramago bem retrata sobre desumanização face a situações de limite no ensaio sobre a cegueira.
Temos que ser solidários sim.
com a dor, no horror. o desespero, a desesperança e sobretudo com aqueles a quem roubam até aquilo que os faz segundo nós, humanos.
Era no fundo o que li ou(vi) nesta nota do apontamento jornalistico de hoje, a legendar os quadros de pilhagem. Mas receio mesmo que muitos se fiquem pelo que os olhos vêem e hoje gostava muito que se pudesse só ouvir.

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