Agora fala o Preto

Esta nota fez-me lembrar um episódio engraçado que não pude deixar de partilhar.
ainda por cima num blog delicioso, fresco e acolhedor: é uma professora que dizia: "...Hoje vou deixar as minhas primeiras impressões do 6ºJ, uma das minhas turmas de Percursos...até porque tenho muitas amigas por aqui, neste meu "cantinho".
Pois bem...Fui recebê-los à sala, com a DT...e, para meu espanto, dois alunos desataram a rir, quando lhes disse que me chamava Isabel Preto. Claro que foi contagiante e os dez presentes desataram a rir!
Após a surpresa reagi, fiz de conta que não era nada comigo. Fui perguntando os nomes deles e a cada resposta, também eu desatava a rir, sendo que à minha volta se ia fazendo um silêncio enorme! Por fim perguntei-lhes se era agradável ouvir rir dos nomes deles, até porque eles tinham nomes bem mais "estranhos" do que eu...expliquei que cada um tem o seu apelido e isso não é motivo de riso, pelo contrário, temos que respeitar os outros, ainda mais eu que era professora deles; acrescentei que esperava outra atitude na primeira aula, porque estávamos a começar muito mal e não admitia comportamentos desses.
Depois, disse-lhes que adoro ser professora e se eles quisessem faríamos "coisas muito giras", mas isso dependia deles e como iam ter de me aturar 172 aulas, seria melhor que tudo coresse bem, ou não seria agradável, nem para mim, nem para eles.
Durante todo o tempo, ouviram em silêncio e alguns começaram a pedir que lhes explicasse o horário! É incrível como estando no 6ºano, têm dificuldades em interpretar o horário!
Fiquei com a sensação que nos vamos entender bem, após o pequeno incidente.
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Agora vejam o que me apeteceu partilhar...
corria o ano de 85 mais coisa menos coisa. o meu mano mais velho estava num plenário de trabalhadores na EDP, as coisas não andavam bem. depois de discursos e intervenções calorosas o meu mano estava cada vez mais desejoso de intervir e tinha manifestado algumas vezes essa intenção, mas outros se sobrepunham o que o ía deixando ansioso. a páginas tantas, alguém se pronunciou apontando na sua direção: - agora fala o preto! O meu mano gelou... Engoliu em seco e tentou respirar. agora transpirava. quando finalmente se recompunha a fim de responder à letra, levantou-se o colega mesmo atrás dele e começou a sua intervenção. o seu apelido era preto.
nas nossas conversas quentes e saborosas em família entre muitos funjes ainda nos rimos durante uns tempos deste episódio...

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