nossas conversas - foi assim no 28 de abril e a propósito do tudo e do nada

A propósito da conversa doce do nosso sábado, queria dar-vos este miminho que em tempos publiquei no blogue.
Na altura enquanto vocês efusivamente punham no colo da mesa as vossas questões mais quentes, eu viajava pelas também minhas inquietações e veio-me à memória um recado que deixei em jeito de poesia aproveitando dois pilares para servirem de apoio, o neto e o ary.
falavam de identidade...
Aqui vos deixo os meus pensamentos com muito carinho que acho que cabem aqui.
...
também para os demais que acompanharam o doce momento, e aos ausentes para vos aguçar o apetite do proximo momento desta nossa passagem de testemunho
almas feitas cravos rubros em chamas de sul
Fiz-me nascida de dois pais, pares a par
hoje vista de maneira diferente,
mas mesmo assim com outros muitos olhos de mau ver.
Traziam consigo a natureza de mãe que me não pariu
mas vincaram-me o legado deste ser de mim.
Feita desta feita só hoje me reconheci
este mim que hoje faz ver-se com outro olhar.
Perguntaram-me ventos do sul de onde és
e os do norte o que és afinal
e a todos respondi o que o pai do norte me ensinou:
Não!"Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim
a terra de onde venho é onde moro
o lugar de que sou é estar aqui...!"
assim com o verso do soneto presente que me alimentou me aquietei.
Eis então que os olhos e as bocas do sul se escancaram
e de esguelha me encurralavam perguntando
E quem és afinal? para onde vais? o que esperas tu?
e a todos respondi o que o pai do sul me ensinou, agora com o recado da alma de ventos do norte:
o que quereis vós, que alvíssaras vos hei-de dar?
"Não me peçam sorrisos ... as honras cabem aos generais...
...num novo catálogo, mostrar-te-ei o meu rosto
coroado de ramos de palmeira, e terei para ti os sorrisos que me pedes"
Assim feita de dois pais a par, ary e neto se colaram
em almas feitas cravos rubros em chamas de sul
deixando recados selados sagrados de almas gémeas
"...Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu", pois é assim chegada a hora "...de juntos marcharmos corajosamente para o mundo de todos os homens"
Com excertos de poemas:Ary dos Santos e Agostinho Neto

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